Cine-Theatro Central faz uma viagem pelo tempo com o “Som dos Festivais”

Publicado em 29 de maio de 2024

O Cine-Theatro Central revive um momento histórico para a Música Popular Brasileira (MPB) na noite de terça-feira, dia 4, às 20h. Com o “Som dos Festivais”, o palco do teatro celebra os icônicos festivais de música nacional que marcaram o país nos anos 1960 e 1970, trazendo de volta aquela atmosfera marcada pelo talento e pela resistência aos chamados anos de chumbo. A entrada é gratuita. Os convites já podem ser retirados com antecedência na recepção da casa. 

Alessandra Crispin

O Som dos Festivais conta com a participação de cinco artistas da cidade para revisitar algumas das principais músicas que tiveram repercussão a partir dos festivais locais, reunindo Alessandra Crispin, Carlos Fernando Cunha, CÉSAR e Dudu Costa, além do grupo “Tatá Chama e as Inflamáveis”. O convidado de honra é o compositor Armando Aguiar, o Mamão, que ganhou notoriedade com “Tristeza, pé no Chão”, na voz de Clara Nunes. 

Carlos Fernando

Um olhar questionador

“Celebrar esses festivais é olhar para um passado repleto de artistas questionadores”, afirma o diretor do Cine-Theatro Central, Luiz Cláudio Ribeiro (Cacáudio). “A noite será de forte simbolismo tanto para o teatro quanto para a cidade de Juiz de Fora”. Os artistas revisitam 15 canções, grandes clássicos da MPB que foram destaque no Central, como a “Casa no campo”, de Zé Rodrix, “Casaco marrom”, com Evinha, além de outras que se tornaram verdadeiros tesouros da MPB. 

CÉSAR

Apaixonado pelo tema, o pesquisador Ângelo Abreu lembra que Juiz de Fora teve seu primeiro festival do gênero em 1968, sendo que as cinco primeiras edições foram no Cine-Theatro Central e a última, em 1973, no ginásio do Sport. Ainda segundo o estudioso, a maior repercussão se deu na quinta edição, em 1972, que revelou grandes compositores e intérpretes, como Luiz Gonzaga Júnior (Gonzaguinha), consagrando inúmeros outros astros e estrelas da MPB.

Dos festivais para o mundo

Mamão compôs mais de 200 sambas, e foi com “Tristeza pé no chão”, de 1972, que ganhou projeção nacional. A canção, gravada por Clara Nunes, é considerada sua obra-prima, abrindo-lhe as portas do sucesso, no exterior, com interpretações de Zeca Baleiro e Alcione. Uma das figuras mais importantes da música popular em Juiz de Fora, conquistou projeção em função dos festivais de Juiz de Fora.

Dudu Costa

‘Dei um aperto de saudade no meu tamborim/ molhei o pano da cuíca com as minhas lágrimas/ Dei o meu tempo de espera para a marcação, e cantei/ A minha vida na avenida sem empolgação’. Era o V Festival de Música Brasileira de Juiz de Fora, que lotou o Cine-Theatro Central. A música foi eleita vencedora pelo povo, mas não houve premiação”, escreveu Vagner Fernandes na biografia “Clara Nunes: Guerreira da utopia” (2007) publicada pela Ediouro.

“Adeus diferente”, composição preferida de Mamão, ganhou versão especial em 1969, na voz de Ellen de Lima. Em histórica edição do festival coordenada por Adonis Karan e Lúcio Alves, em 1973, foi ovacionado pelo público ao vencer com a música “Baianeiro”, uma brincadeira bem humorada sobre Itamar Franco, então prefeito de Juiz de Fora.

Tatá Chama e As Inflamáveis

Serviço

Evento: “Som dos Festivais”

Data: 04 de junho, às 20h

Local: Cine-Theatro Central. Praça João Pessoa, s/n, centro

Entrada franca, mediante convites retirados na portaria do teatro, de terça a sexta, de 9 a 12h e de 14 a 17h, e sábados de 9 a 12h.

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