A programação do Palco Central de agosto começa na próxima terça-feira, 8, às 18h30, com o espetáculo “Sararau Crioulos Acústico”, do coletivo Sararau Crioulos. O show, de repertório autoral, será um espetáculo poético-musical produzido a partir de influências de ritmos nacionais, como rap, funk, samba e MPB.
Formado atualmente por Cigana, Dalagoa, Igor Braz, PretoVivo, Sophia Bispo e Tay, todos artistas juiz-foranos, o Coletivo Sararau Crioulos acumula cinco anos de atuação com shows e ações sociais ligadas às lutas por igualdade de raça, gênero e classe. A apresentação é produzida pela produtora Damata Cultural e conta com o apoio da loja Oba Moda Afro, que assina o figurino dos artistas.
“Sararau Crioulos Acústico” faz parte da programação do Palco Central, projeto do Cine-Theatro Central que premia produções locais e permite um encontro intimista entre artistas e público no palco do teatro.
A semana principal do 34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga se encerra nesse domingo, 30, com uma das principais atrações desta edição: a montagem de A Noite de São João, a primeira ópera composta por um brasileiro, o ituense Elias Álvares Lobo, em português, com temática nacional e libreto do principal nome do nosso romantismo, o escritor José de Alencar. Em parceria com o Conservatório de Tatuí (SP) – o maior da América Latina –, o Festival oferece ao público juiz-forano a rara oportunidade de conhecer essa ópera do século XIX, que estava perdida até ser reconstituída por iniciativa do maestro Emmanuele Baldini, regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí.
O Cine-Theatro Central será nada menos do que o segundo palco brasileiro a receber A Noite de São João desde sua reestreia no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, em dezembro de 22. De acordo com Rosana Orsini, diretora artística do Festival, ao lado de Marcus Medeiros, e responsável pela direção de cena e direção de arte da ópera, a proposta do Conservatório é viajar com a produção pelo Brasil, por se tratar de um resgate muito importante na história da música brasileira.
A Noite de São João estreou no Rio de Janeiro em 1860, no mais importante palco do Império brasileiro, o Teatro de São Pedro de Alcântara. Na plateia estava Dom Pedro II. Os jornais da época registram a boa recepção do público à primeira ópera nacional, mas, após uma temporada de recitais entre 1860 e 1861, na Corte, a obra desapareceu do cenário musical brasileiro. Restou apenas um manuscrito para canto e piano, de que Emmanuele Baldini veio a tomar conhecimento em 2020: o compositor Elias Álvares Lobo era antepassado de Ercília Lobo, viúva do pesquisador Zuza Homem de Mello, seu amigo.
Na próxima terça-feira, 25, o Palco Central recebe o espetáculo “O Circo da Pedra do Meio-Dia”, produção do grupo Contaê!, formado por Cintia Brugiolo e Carol Tagliati. Além da dupla, o show conta também com as artistas Isabela Reis e Thaís Oliveira.
A apresentação é a montagem mais recente do Contaê!, que funde elementos característicos da contação de histórias e do circo, numa linguagem artística-híbrida. O espetáculo revela a jornada de Isadora, uma jovem que precisa encontrar a Pedra do Meio-Dia para salvar seu reino, e Artur, um andarilho valente, que toma como seu o caminho da mocinha.
Ao longo da história, as personagens se deparam com desafios que serão enfrentados com a ajuda de uma fada amiga e os objetos encantados fornecidos por ela. O texto é uma narrativa em cordel, escrita por Bráulio Tavares, autor e pesquisador paraibano, e recebeu o Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
A atmosfera do espetáculo e o desenvolvimento da narrativa se dão através da palavra falada, de efeitos sonoros produzidos ao vivo, da encenação repleta de símbolos e gestos expressivos e modalidades circenses, emolduradas por uma rica trilha sonora.
A atração do 34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga no próximo dia 20 reúne cinco músicos, que irão apresentar As Canções de Kurt Weill. Tâmara Lorenzeto, Marcus Medeiros, Claudimar Maia, Francis Moura e Marcelo Lobato irão explorar fronteiras entre estilos musicais variados. O alemão Kurt Weill foi compositor de numerosas obras musicais e demonstrou talento para a área desde tenra idade. A importância de suas criações decorre da transição entre produções populares e eruditas, característica que evidencia a sua autenticidade.
Segundo o pianista Marcus Medeiros, diretor artístico do Festival, o repertório tem um caráter dramático, e muitas das composições contêm letras de Bertold Brecht, dramaturgo que criou, em parceria com Weill, obras-primas do teatro musical socialmente crítico, como A Ópera dos Três Vinténs e Ascensão e Queda de Cidade de Mahagonny. As canções selecionadas para o evento oferecem valiosas possibilidades aos intérpretes, e proporcionam, em paralelo, um ambiente jazzístico americano, com o baixo, o trompete e a percussão. Nesse sentido, as produções do músico vão de Berlim à Broadway, da música de câmara ao cabaré, da ópera ao musical.
Os intérpretes reunidos especialmente para esse concerto possuem forte experiência no setor musical, e exemplo disso é o carioca Marcelo Lobato, membro e fundador das bandas O Rappa e Afrika Gumbe. Seu domínio é extenso: é baterista, vibrafonista, arranjador, produtor e compositor. Já o trompetista Francis de Moura é endorser, desde 2016, da Warburton Music Products (EUA), organizador/curador do Estação Jazz Festival, e diretor musical do Instituto Sandumonense de Arte e Cultura. Além deles, a apresentação conta com o diretor do Festival e do Centro Cultural Pró-Música, Marcus Medeiros, graduado em música e bacharel em Piano pela UFMG, e com Claudimar Maia, multi-instrumentista, diretor e produtor musical, com vasta experiência em gravações.
Sob a batuta do maestro Victor Cassemiro, a Orquestra Sinfônica Pró-Música promete trazer a magia dos filmes e dos entretenimentos eletrônicos para o 34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga. Projeto de sucesso desenvolvido pela Sinfônica, com grande aceitação do público e sempre muito aguardado, o Trilhas Sonoras integra este ano a programação do evento em apresentação no dia 19 de julho, no Cine-Theatro Central, às 20h.
A proposta dessa edição do Trilhas Sonoras é trazer diversidade ao repertório, com um programa que contempla pessoas das mais variadas idades. São 12 músicas consagradas, que revisitam vários clássicos da música de cinema e jogos. A seleção busca despertar nostalgia tanto entre aqueles que assistiram a filmes e animações nos anos 1990, quanto o público atual que aprecia essas produções. Para a edição, a seleção do repertório aconteceu de maneira diferente, pois incluiu a interação com o público.
Segundo Cassemiro, através de um story no Instagram os seguidores foram estimulados a interagir enviando sugestões de músicas. O engajamento do público foi grande, e mais de 200 músicas foram sugeridas. Assim, os membros da orquestra fizeram uma seleção dentre todas as propostas, e uma foi escolhida exclusivamente pelo público em uma nova enquete na rede social – a do musical Mamma Mia, do conjunto ABBA.
O Duo Arão, formado pela flautista Alessandra Arão e pelo pianista Kássio Arão, é a atração da 18ª apresentação do projeto Palco Central. Na próxima terça-feira, 18, os artistas apresentam obras dos mais relevantes compositores brasileiros de música erudita, destacando as influências do folclore e da música popular brasileira no repertório.
Os artistas se apresentam em conjunto desde 2017 e se uniram com a intenção de se dedicarem à pesquisa e à interpretação do repertório de concerto para flauta e piano, em especial da música brasileira. Nos últimos anos, o duo realizou recitais em diversas cidades de Minas Gerais, além de participar dos projetos Palco Livre (Conservatório da UFMG) e Segunda Musical, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A dupla, que reside atualmente em Minas Gerais, também já participou de diversos eventos nacionais e internacionais, a exemplo do Festival de Música de Santa Catarina e da Semana Internacional de Piano de Óbidos (Portugal).
No repertório do espetáculo, estão obras dos compositores Francisco Mignone, Radamés Gnattali, Guerra-Peixe, Osvaldo Lacerda, Brenno Blauth e Edmundo Villani-Côrtes, este responsável por grandes criações, como o Te Deum criado para as comemorações dos 150 anos de Juiz de Fora, a partir de iniciativa do Centro Cultural Pró-Música.
Na próxima terça-feira, 11, o projeto Palco Central recebe a sessão de histórias “Contos de Amor”, apresentada por Laura Delgado e Fabrício Conde. No repertório estão contos da literatura oral, matéria prima da dupla.
As histórias são entrelaçadas por meio de cantigas do cancioneiro popular, cantadas e tocadas por Laura e Conde. Os contadores de histórias utilizam a viola caipira e tambores, criando a atmosfera para cada uma das histórias, a fim de conduzir a plateia à coautoria.
Durante os últimos 28 anos, a educadora Laura Delgado foi responsável pela formação de centenas de contadores de histórias em todo o país. É professora no Instituto Metodista Granbery e criadora das oficinas para formação de contadores de histórias nessa instituição.
Fabrício Conde é músico, contador de histórias e escritor, sendo também professor convidado em universidades nacionais e internacionais. Com seis discos autorais, um DVD e dois livros publicados, vem trabalhando para divulgação da cultura popular brasileira, tendo se apresentado em diversos países.
Juntos, Laura e Conde convidam a plateia a fazer percursos amorosos e se deixar atingir pela substância viva e imprescindível das histórias.
O mês de julho no Cine-Theatro Central começa com mais um show do projeto Palco Central. Na próxima terça-feira, 04, o teatro recebe a banda juiz-forana André Medeiros Lanches, com músicas que vão do punk à MPB. O grupo, formado por André Medeiros (voz, violão e guitarra), Amélia do Carmo (synth, percussão e voz), Stéphanie Fernandes (baixo e voz) e Victor Fonseca (bateria), se apresenta pela cidade desde 2022.
O repertório do show conta com canções autorais, como os dois últimos lançamentos do grupo: “Chofer” e “Fitônia, Pá”, disponíveis nas plataformas de streaming; e também com faixas antigas da carreira solo de André Medeiros. Mas o destaque principal da noite serão as composições inéditas do grupo, que estarão em seu primeiro álbum, produzidas através da mistura da energia do punk e do indie rock com a sensibilidade da MPB. Nas letras, o cotidiano é abordado com espanto e curiosidade.
Através do ambiente intimista proposto pelo formato do projeto, o público poderá conhecer e se encantar ainda mais pelas produções locais. O evento tem entrada gratuita, limitada a 120 pessoas, e os ingressos ficam disponíveis para retirada na portaria do teatro a partir de quarta-feira, 28 de junho.
Na próxima terça-feira, 27, o Palco Central recebe os artistas César e Bruno Targs para o show “Monotema Session”, fruto de reflexões sobre o amor e suas potencialidades. O projeto, idealizado por César e dirigido por Bruno, marca o reencontro da dupla, que se apresentou pela primeira vez em 2017.
Natural de Manhuaçu, o cantor e compositor César se inspira na Música Preta Brasileira Contemporânea explorando as narrativas do cotidiano, as relações afetivas e seus atravessamentos. Desde 2020, desenvolve projetos autorais, entre eles o “Monotema”, um EP experimental que conta com cinco faixas inéditas lançadas nas plataformas digitais e que direcionam o espetáculo. Ao seu lado, se apresenta Bruno Targs, músico, multi-instrumentista, compositor e luthier, que assume a direção musical da apresentação. Formado pela Universidade de Música Popular Bituca, Bruno desenvolve trabalhos com diversos artistas e grupos musicais juiz-foranos de destaque.
O compositor, cantor e violonista mineiro Luizinho Lopes apresenta o espetáculo “O que não dá pra ver tudo pode ser” no Palco Central, dia 20 de junho às 18:30. O artista tem a companhia de Salomé Viegas (flauta), Victor Hugo (viola de 10 cordas e vocais), Stéfani Luzzi (cello), José Leandro (percussão) e Carla Friend (percussão), com participação especial da cantora Elisa Bara.
O musical conta com a apresentação de 16 faixas autorais, entre elas a inédita Nominata, composição inspirada por versos do livro “Não se sai de árvore por meios de árvore”, da escritora e psicanalista Paula Vaz. A seleção das músicas foi feita através da mescla dos oito álbuns lançados por Luizinho, com composições do mais recente trabalho, o LP “Como seria explodir um amor tão concreto duro de partir?”, que será lançado em novembro deste ano.
A produção revela que algumas das canções foram preparadas especialmente para o formato do espetáculo, que permite uma maior proximidade entre público e artista, em clima intimista, “o desejo de Luizinho é que as pessoas se conectem com as letras dele, com as histórias que ele traduz cantando”, destaca.
