Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, Coro Madrigale e solistas encenam A Noite de São João, a primeira ópera nacional, em apresentação no Central
Publicado em 26 de julho de 2023
A semana principal do 34º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga se encerra nesse domingo, 30, com uma das principais atrações desta edição: a montagem de A Noite de São João, a primeira ópera composta por um brasileiro, o ituense Elias Álvares Lobo, em português, com temática nacional e libreto do principal nome do nosso romantismo, o escritor José de Alencar. Em parceria com o Conservatório de Tatuí (SP) – o maior da América Latina –, o Festival oferece ao público juiz-forano a rara oportunidade de conhecer essa ópera do século XIX, que estava perdida até ser reconstituída por iniciativa do maestro Emmanuele Baldini, regente titular da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí.
O Cine-Theatro Central será nada menos do que o segundo palco brasileiro a receber A Noite de São João desde sua reestreia no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, em dezembro de 22. De acordo com Rosana Orsini, diretora artística do Festival, ao lado de Marcus Medeiros, e responsável pela direção de cena e direção de arte da ópera, a proposta do Conservatório é viajar com a produção pelo Brasil, por se tratar de um resgate muito importante na história da música brasileira.
A Noite de São João estreou no Rio de Janeiro em 1860, no mais importante palco do Império brasileiro, o Teatro de São Pedro de Alcântara. Na plateia estava Dom Pedro II. Os jornais da época registram a boa recepção do público à primeira ópera nacional, mas, após uma temporada de recitais entre 1860 e 1861, na Corte, a obra desapareceu do cenário musical brasileiro. Restou apenas um manuscrito para canto e piano, de que Emmanuele Baldini veio a tomar conhecimento em 2020: o compositor Elias Álvares Lobo era antepassado de Ercília Lobo, viúva do pesquisador Zuza Homem de Mello, seu amigo.
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