Publicado em 04 de novembro de 2024
Na manhã do sábado, dia 9, o violeiro, Fabrício Conde, um dos renomados incentivadores da cultura popular brasileira, inicia a programação do 35° Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga a partir das 10h, no Jardim Botânico da UFJF. Às 15h, o Coral Pró-Música promete encantar e envolver o público na Galeria do Museu Mariano Procópio com canções que marcaram a Era de Ouro do Rádio. Encerrando o dia, o Coral da UFJF homenageia Chico Buarque com uma apresentação que promete ser memorável, no Cine-Theatro Central, a partir das 20h.
“Construção”
Há 58 anos, o Coral da UFJF dá vida e som a um repertório que varia do popular ao erudito, do sacro ao folclórico, predominando, no entanto, o apreço e dedicação à Música Popular Brasileira. Na 35° edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, o grupo destaca a importância de Chico Buarque de Hollanda na música brasileira, que, para além de ser um artista renomado, traz uma perspectiva crítica e decolonial que contrasta com a visão tradicional e eurocêntrica atribuída à música colonial.
No espetáculo chamado “Construção”, o grupo homenageia o artista que iniciou sua carreira em 1964 com a gravação da canção “Marcha para o sol” e tem importantes obras que exaltam a diversidade cultural do Brasil e a herança nacional, além de refletir sobre questões sociais do passado da história do país, como na canção “Sinhá” (2011), escrita em parceria com João Bosco, na qual os artistas levam o ouvinte a se compadecer com o sofrimento de um escravo
que se vê prestes a ser punido pelo senhor de engenho.
À frente do Coral, a analista musical Ana Letícia Macedo (Ana Sukita) celebra a participação do grupo no Festival e compartilha reflexões sobre Chico Buarque no evento: “Estar entre as atrações de um festival da magnitude do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga não é só motivo de orgulho para o grupo, uma vez que reafirma o reconhecimento de nossa relevância para a cena musical de Juiz de Fora e de todo o país, como também uma incrível oportunidade de apresentarmos nosso trabalho para um novo público, o que possibilita um intercâmbio de vivências extraordinário”, reflete.
No contexto do festival de música colonial, a presença de Chico Buarque seria extremamente relevante, pois ele traz uma perspectiva crítica e decolonial que contrasta com a visão tradicional e eurocêntrica da música colonial”, acrescenta.
Coral Pró-Música celebra a “Era do Rádio”
A fim de encher a galeria do Museu Mariano Procópio de nostalgia, emoção e com canções que ultrapassam gerações, o Coral Pró-Música performa sucessos marcantes da “Era do Rádio”, rico período da música popular brasileira que revelou nomes consagrados como Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha e Carmem Miranda.
Sob regência do maestro Victor Cassemiro, os 40 coralistas interpretam canções emblemáticas do período de 1920 a 1940, como “Carinhoso” (1916) de Pixinguinha. O grupo também apresenta músicas posteriores a esse marco do rádio que também se destacaram na história desse meio de comunicação, como a canção atemporal “Roda Viva” (1964) de Chico Buarque, nomeada pela revista Rolling Stone Brasil como a vigésima sexta maior música brasileira de todos os tempos.
Viola caipira
No seu segundo dia de participação no 35° Festival, o violeiro juiz-forano Fabrício Conde interpreta músicas autorais que fazem referência a povos do continente africano e de tribos indígenas do Brasil, como as canções “Nos Quintais de Luanda” (2018), “Jassanã” (2024) e “Três Dervixes” (2024).
Há mais de 20 anos se dedicando ao estudo da música e da cultura popular do Brasil, Fabrício é um dos vencedores do 14° Prêmio BDMG de Música, tradicional concurso de valorização à produção musical mineira. Além do reconhecimento local, ele figura entre os artistas cujas canções fazem parte do programa rádio BBC de Londres e na TV Afro Music da Espanha.
Como artista apreciador da cultura latino-americana, o violeiro apresenta reconhecido domínio técnico de diversos instrumentos, entre eles o cuatro venezuelano, o tambor onça, o violão e o piano, sendo a tradicional viola caipira a protagonista da sua participação no Festival.
Serviço
Dia 9 de novembro:
● 10h: Fabricio Conde, no Jardim Botânico da UFJF (Rua Coronel Almeida Novais, 246 – Santa Terezinha);
● 15h: Recortes de “Era de Ouro do Rádio” – Coral Pró-Música, na galeria do Museu Mariano Procópio (Rua Mariano Procópio, 1100 ou Rua Dom Pedro II, 350; bairro Mariano Procópio);
● 20h: “Construção – Uma homenagem a Chico Buarque” – Coral da UFJF, no Cine- Theatro Central (Praça João Pessoa, S/N – Centro).
Entrada gratuita.
Para mais informações, acesse o Instagram @festivaldemusicajf ou entre em contato pelo telefone 2102-3964.