Publicado em 29 de julho de 2019
Foto: Alexandre Dornelas
Após uma semana intensa de aplausos, emoções e aprendizados, o 30° Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, organizado por Pró-Reitoria de Cultura e Centro Cultural Pró-Música/UFJF, encerrou sua programação, na noite de domingo, 28, no Cine-Theatro Central, que recebeu o Conjunto de Música Antiga da USP, regido pelo maestro William Coelho. No repertório, obras de Beethoven, Mozart e Haydn foram interpretadas pela primeira vez na América Latina com instrumentos históricos, cópias dos originais da época em que foram compostas.
A professora Fátima Barra, que também toca piano, foi uma das mais de mil pessoas que lotaram a plateia do Central na noite de encerramento, Em entrevista, ela elogiou a edição pela qualidade das atrações: “Antes eram 15 dias e depois a duração foi reduzida, o que nos preocupou, mas depois vimos que, em compensação, as atividades estão muito boas”, ressaltou. Fátima estava com a amiga, a professora Vera Correia, que também acompanha o festival há anos e destacou a importância dessa programação para Juiz de Fora: “O festival dá oportunidade a muitas pessoas de conhecer a música clássica”, avaliou.
Foto: Alexandre Dornelas
Presente na plateia, não apenas do encerramento, mas de vários concertos do Festival, o pedreiro Augustinho Mendonça contou, orgulhosamente, que prestigia o Festival desde seu primeiro ano. Ele afirmou que sente falta de uma música mais lírica, em contraponto à música popular, que também encontra espaço nos palcos do Festival. Considerando Juiz de Fora uma das capitais da música erudita, ele crê que a música clássica contribui para preservar a memória da cidade. Antes da apresentação, Augustinho falava de suas expectativas: “Será somente música antiga, tem até mesmo fortepiano e grandes nomes da composição. Ouvir isso já nos anima”.
A empolgação com essa noite especial era notória no público e no maestro William Coelho, que chamou atenção com toda a sua expressividade na regência. Em entrevista, o maestro também destacou a escolha dos compositores: “Colocar Beethoven, Mozart e Haydn no repertório era o ideal, já que o grupo é especialista nos estilos do barroco ao clássico, e optamos pelo classicismo para esse encerramento, por este permitir a participação de mais instrumentos nos arranjos”.
Foto: Alexandre Dornelas
Essa foi a primeira vez de atuação do conjunto e do maestro no festival, porém no ano passado, quando lecionava na UFJF, William Coelho teve a oportunidade de assistir ao Festival e ficou muito grato quando foi convidado por Marcus Medeiros, diretor do Pró-Música, para se apresentar nesta edição “Para nós, é um presente tocar na 30ª edição, que é tão especial para a cidade, e fazer o encerramento é uma honra”. Além disso, outro motivo de felicidade para o grupo foi a maciça presença de pessoas na plateia, o que foi uma surpresa para o maestro, que sentiu, no palco, toda a empolgação do público.
Ao todo, essa edição do Festival contou com oito concertos noturnos – todos antecedidos por palestras com o professor Rodolfo Valverde (UFJF) – dez vespertinos, 28 oficinas e uma exposição. A programação de dez dias recebeu crianças, jovens, adultos e idosos, movimentando a cidade em pleno período de férias, com pessoas que vieram de outros lugares do Brasil e do mundo. As atividades, gratuitas para o público e financiadas pela UFJF, foram direcionadas a músicos e apreciadores da música erudita.
Mais fotos: https://www.flickr.com/photos/ufjf/albums/72157709960827851