Em apresentação de caráter beneficente na quinta-feira, 25, no Cine-Theatro Central, o humorista Pedro Bismarck celebra seus 30 anos de carreira com o espetáculo Nerso em 3D. Nesta entrevista à Pró-reitoria de Cultura da UFJF, o artista antecipa o que aguarda os espectadores e fala de sua relação com Juiz de Fora – onde iniciou a carreira.
Como será o show desta quinta-feira?
O Nerso em 3D é um espetáculo comemorativo de 30 anos da minha carreira. Neste show, nós reunimos algumas piadas que já foram contadas anteriormente, inclusive no
início da carreira, quando eu me apresentava nos bares de Juiz de Fora, e outras tantas novas. O nosso objetivo durante a produção deste show foi destacar exatamente os diferenciais que levaram o público a gostar tanto do Nerso da Capitinga. Toda a simplicidade, humildade e carisma do personagem foram ressaltados, o que leva inclusive, muitas pessoas a se identificarem com ele. Além dos já tradicionais causos do Nerso, o público também vai assistir à Marieta, que é um personagem de muito sucesso em todo o Brasil. Ela é uma viúva fofoqueira, supersimples, que traz no seu jeito de falar e de encarar as coisas uma nova forma de ver a vida.E para celebrar ainda mais esses 30 anos de carreira, trouxemos de volta o personagem “Pudim de Cachaça”. De forma breve, conto algumas piadas deste “velho companheiro” cachaceiro, que arranca gargalhadas por onde passa.
Qual a sensação de se apresentar novamente em Juiz de Fora? Por que você tem tanto carinho pela cidade?
Na verdade, me apresentar em Juiz de Fora é sempre a melhor das sensações. Nasci em Muriaé, também em Minas Gerais, e vivi minha infância lá. Vim para cá com 18 anos para servir ao Exército e nunca mais saí. Aqui encontrei minha esposa, tive meus filhos, conheci toda a minha equipe e construí minha carreira. Foi onde tudo começou e onde tudo aconteceu. Adotei Juiz de Fora como minha cidade e tenho a certeza de que não existe nenhuma outra cidade no Brasil em que eu gostaria tanto de estar.
Quais foram as suas influências em questão de humor nesses 30 anos de carreira?
Quando criança, ouvia na rádio os programas do Barnabé, e, quando descobri o humor na minha vida, tudo aquilo passou a ser a minha maior influência. Assim que passei a vivenciar o humor, outra grande influência que tive foi o Chico Anysio. Toda a magnitude do seu trabalho é incontestável e, sem dúvida, o trabalho dele serviu de inspiração não só para mim, como para todos os grandes humoristas do Brasil. Mas na verdade, nunca me preocupei em me inspirar em outras obras ou figuras. Sempre baseei a construção dos meus personagens no que via no meu cotidiano.
Você é fã de algum comediante em especial dessa nova geração?
Acredito que essa nova geração vem revelando grandes talentos pelo Brasil afora. E uma das figuras que eu destaco pelo talento, despojamento, simplicidade e até pelo jeito meio jeca (rs), é o Danilo Gentili.
Esse show será de muita importância para o Abrigo Santa Helena. Poderia me dar um depoimento que demonstre para as pessoas o quanto esse espaço é importante?
O trabalho realizado pelo Abrigo Santa Helena é muito maior do que o que muitos chamam de assistencialismo. Analisando toda a realidade do Brasil e observando as nossas maiores mazelas, digo com veemência que devemos cuidar principalmente das nossas crianças e dos nossos idosos. E ver um trabalho tão magnífico quanto o que o Abrigo Santa Helena faz há 100 anos, para mim, é a maior prova de amor, carinho, dignidade e respeito que podemos oferecer aos nossos idosos. Não poderíamos deixar de contribuir com esse trabalho tão bonito.
Matheus Medeiros